Jornal Geração X: Universo Fantástico

Por: Bruno Carvalho

Dia dos Namorados Macabro

”Um clássico do Slasher dos anos 80”

Dia dos Namorados Macabro ou My Blood Valentine, é um filme canadense de 1981, com Direção de George Mihalka e Escrito por John Beaird e Stephen Miller. Tem em seu elenco principal: Paul Kelman “T.J.”, Lori Hallier “Sarah”, Neil Affleck “Harry”, Alf Humphreys ”Howard”, Cynthia Dake “Patty” e Keith Knight “Hollis”.

Aviso pode conter SPOILERS!!!

Vamos pelo começo, na cidade de Valentine’s Bluff existia uma tradição onde era feito um baile de dia dos namorados todos os anos, porém houve um grande acidente em uma dessas ocasiões: Dois supervisores de uma mina, ansiosos para ir ao baile não checaram os níveis de gás direito e deixaram cinco homens lá dentro, houve uma grande explosão e os cinco que estavam na mina acabaram por ser soterrados, apenas Harry Warden “Peter Cowper” sobreviveu e foi internado em hospital psiquiátrico.

No ano seguinte ele foi solto e matou os supervisores que haviam os abandonado, arrancou seus corações, botou em caixas de bombons e entregou ao prefeito da cidade com um bilhete dizendo que nunca mais deveria haver o baile de dia dos namorados, caso contrário ele voltaria. Desde que esse incidente ocorreu, existe uma lenda que Warden vaga pelos arredores da mina no dia dos namorados, matando pessoas caso ocorra uma comemoração.

Bom, vinte anos após essa tragédia o prefeito resolve organizar uma festa de dia dos namorados, então a trama começa a girar em torno de um grupo de amigos que trabalha na mesma mina onde ocorreu o incidente e suas namoradas.

O assassino começa a matar pessoas, botar seus corações em caixas e mandar para o prefeito e o delegado com cartões com algumas rimas. O prefeito imediatamente resolver intervir e cancela o baile, porém os amigos resolvem dar uma festa na mina, é o começo para um banho de sangue.

Vamos ao que interessa, esse filme é um clássico do terror, é uma pena não ter o mesmo reconhecimento que outros Slashers como Sexta feira 13 ou A Hora do Pesadelo. Ele tem todos os clichês: Local “mal assombrado”,assassino mascarado, um grupo de amigos que só quer se divertir e um senhor que conta a história do assassino.

O filme já começa com duas pessoas vestidas de mineradores entrando na mina, uma delas tira a roupa e podemos ver que é uma mulher, então ela tenta tirar a roupa do seu parceiro, mas ele diz não e então ele crava uma picareta na parede e em seguida enfia ela na picareta. O jeito que nos mostram o assassino no começo é totalmente perfeito.

Os atores deixam um pouco a desejar nas interpretações, na verdade temos destaque para os atores veteranos e para Lori Hallier que realmente parecem saber o que estão fazendo, os outros são bem genéricos ou não demonstram emoção. E talvez o maior erro desse filme seja o ator Paul Kelman, ele não tem emoção nenhuma, ficando neutro em todas as cenas.

O assassino é de fato o ponto forte do filme, ele é assustador, a roupa é sombria e só o jeito dele andar já te deixa com medo. Os cenários de cidade pequena

estão muito bem feitos e é impressionante pensar que em um lugar tão bonito possa haver tantas atrocidades. O filme tem seu charme e deixa sua marca nas cenas de morte, sempre que vai ocorrer alguma coisa impactante o “efeito” da câmera muda. Os efeitos de body horror são muito bem feitos eles te deixam muito desconfortáveis e os figurinhos dos personagens, tanto principais quanto secundários estão ótimos também.

Esse filme possui poucas coisas que “estraga” ele por assim dizer, a direção deixa um pouco a desejar em algumas cenas, sendo assim existem cenas que se estendem muito e tiram o suspense e o terror, algumas ações dos personagens são muito exageradas, o roteiro é muito bem escrito, porém tem personagens e cenas que são um clichê total dos filmes daquela época (porém, o filme trabalha muito bem com eles) como: o amigo brincalhão e o casal que quer transar e morre. Porém a personagem que talvez dê mais aflição e que é o total clichê é a Patty, bom basicamente depois uma “situação” ela vira só o peso morto do filme, ela não faz nada, só atrapalha e grita. Mas sinceramente esses pequenos “defeitos” se você quiser chamar assim, é que tornam o filme tão fantástico. O bom desse filme também é que ele não força nas cenas onde o assassino aparece, sempre que ele aparece tem um propósito e dá para entender o motivo dele estar lá.

Eu aconselho muito esse filme, ele é indispensável se você é fã de filmes de terror, ainda mais nesse dia dos namorados, é ideal para assistir juntinho do seu amor. Então tranquem as portas, desliguem as luzes e bom filme.

Bruno Carvalho

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Bruno Carvalho, grande entusiasta do cinema fantástico, busca sempre aprimorar seus conhecimentos pelo cinema; como futuro cineasta quer revolucionar o cenário brasileiro de terror e trazer grande entretenimento para o público. Escreve críticas como passa tempo, mas tem planos de se especializar nessa área.